Vânia Lima Gondim celebrou no dia 28 de julho de 2023 mais uma volta ao redor do Sol. Essa cearense que foi adotada – e adotou – o Rio Grande do Sul coleciona um sem fim de histórias para contar, tanto de superação pessoal como profissional.
Natural de Fortaleza, é a primogênita dos cinco filhos de José (in memorian) e Teresa, que está com 93 anos. Graduada em Administração de Empresas pela Universidade Regional do Nordeste (1982), em Campina Grande, era funcionária pública do Estado de Rondônia, trabalhando na Secretaria de Estado do Planejamento. Em 1989, prestou concurso público para o cargo técnico de administrador da Universidade Federal do Rondônia (UNIR). Aprovada, passou a trabalhar na Pró-Reitora de Administração e, depois, no Centro de Processamento de Dados da instituição.
Em 1995, retornou à cidade onde se graduou e assumiu como assessora administrativa do Centro de Humanidades do IFES da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), onde ficou até 2003. Naquele ano, viveu uma grande reviravolta na vida. Por conta da necessidade de seu filho, André Gondim, então com 21 anos, aguardar por um transplante pulmonar, se mudou com ele para Porto Alegre. Ele tinha fibrose cística, diagnóstico que recebeu ainda criança.
“Vim na condição de cedida para prestar serviços à UFRGS, amparada em uma lei que me dava direito a passar até quatro anos na condição de servidora em empréstimo temporário. No entanto, como ao final deste período ainda não havíamos conseguido o transplante, só restou solicitar a minha remoção, ou seja, a transferência definitiva para a universidade”, conta. A cirurgia ocorreu somente em 2008, no Hospital Dom Vicente Scherer, na Santa Casa de Misericórdia.
André, apesar de ter sofrido com uma rejeição crônica dos órgãos, seguiu suas atividades, casou e tornou-se um dos um dos ícones do movimento Software Livre no Brasil, sendo um dos responsáveis pela tradução do sistema Ubuntu para o português e integrante do Conselho Ubuntu Brasil. Em novembro de 2011, faleceu. Mesmo muito jovem, deixou um grande legado e imensos aprendizados para a mãe, que se superou em meio à luta.
Vânia focou na carreira e, inicialmente, trabalhou na Divisão de Concursos Públicos/DCP/UFRGS. Encerrou seu mestrado em 2015, em Memória Social e Bens Culturais, com a dissertação “Os Mbyá-Guarani e as Ruínas de São Miguel das Missões: Memória e Tangibilidade”, que rendeu no mesmo ano a publicação do livro: “Ruínas de São Miguel Arcanjo: Memória, Patrimônio e Tangibilidade”. Após a especialização, passou a desenvolver suas atividades profissionais no Museu da UFRGS.
Em 2017, participou do III Curso de Estudos Aprofundados em Museologia (II CEAM), em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e a Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT). “Isso me possibilitou as condições de pleitear o doutoramento naquela instituição portuguesa, com o trabalho Manancial Missioneiro: ancestralidade indígena e processos museológicos em São Miguel das Missões, Rio Grande do Sul, Brasil, onde me ocupei do processo museológico do Museu das Missões”.
Foi o primeiro museu regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ela conta que o processo do Manancial Missioneiro iniciou com a liderança do miguelino, Valter Braga, como uma Exposição Cultural Missioneira, tornando-se Ponto de Memória Missioneira, abrigado pelo Programa Pontos de Memória, do Ministério da Cultura, no período de 2011 a 2017, quando se desvinculou do compromisso inicialmente formalizado para ser uma iniciativa independente das políticas públicas do governo federal.
“Depois que fiz o CEAM e decidi que queria me submeter ao doutoramento, achei mais adequado me aposentar, isso em março de 2017, para obter tempo integral de dedicação aos estudos”, revela. A defesa da tese ocorreu em março de 2023. Atualmente, Vânia é investigadora independente na área de Patrimônio e Museologia.
Ela destaca: “Como mulher, mãe e migrante nordestina, vim aos pampas gaúchos para lutar pela vida de meu filho. A UFRGS foi quem contribuiu com a causa familiar que passei, pois me acolheu, inclusive trocando minha vaga por outra com a UFCG, a fim de acomodar a necessidade de tratamento de saúde de André”.
“Como servidora pública federal concursada, além das atividades administrativas peculiares ao cargo, tanto da Divisão de Concursos Públicos (DCP), quanto no Museu Universitário, procurei me capacitar através de pequenos cursos administrados pela Divisão de Capacitação/PROGESP, assim como procurei, através do mestrado e do doutorado, conhecer e refletir a história, a memória, a cultura e a identidade do povo que constitui o Rio Grande do Sul. Deixei como constructo destes estudos, uma dissertação, um livro e uma tese a ser publicada”, finaliza.
Com frequência, ela volta à terra natal para visitar a mãe e também Campina Grande, onde vivem a filha Naiana, farmacêutica, e o neto, Breno.
Anahi Fros | Comunicação ATENS UFRGS
Olá. Pela mídia, e aqui, fiquei sabendo que em 2024 não teremos reajuste de salário. Sou aposentada e o que mais está pesando são as despesas com o Plano de Saúde. Eu pago ainda para minha mãe. Não tem como negociar uma ajuda do Governo Federal? Sei que o Ministério Público do Estado do RS dá uma ajuda para os seus servidores.
Olá, Elenice! Realmente, o valor do benefício de saúde suplementar para ressarcimento dos planos de saúde é muito pequeno e não é reajustado desde 2016. Você está recebendo este ressarcimento, certo? Se precisar de orientação quanto a isso, entra em contato conosco pelo whatsapp 996159911 ou atensufrgs@atens-sn.org.br.
Na negociação do reajuste que recebemos em 2023, esta foi uma das demandas do ATENS SN junto ao Governo Federal, mas que infelizmente ainda não foi atendida. Viste que semana passada o ATENS SN conquistou assento na Mesa específica e temporária da área da educação? A próxima reunião com o Governo será no dia 03/10. Junto à questão de um novo plano de carreira para os TNS, a demanda do reajuste do ressarcimento dos planos de saúde será retomada, entre outras. Continuamos à disposição!