Natural de Rio Grande, Maria da Graça Corrêa tem uma trajetória inspiradora. Foi somente depois que seus dois filhos, Clarissa e José Carlos, estavam respectivamente com nove e seis anos, que ela pôde investir na carreira e atuar na faculdade que havia recém se graduado, de Biblioteconomia, na Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Ela passou a equilibrar a dedicação exclusiva aos dois com as aulas.
A decisão foi uma guinada em sua vida. Foi na FURG que ela teve sua primeira vivência profissional. Em 1980, foi contratada pela Biblioteca Central e, mais tarde, ainda passou pelas bibliotecas dos cursos de Oceanografia e de Direito.
Em 1990, surge uma nova oportunidade, longe de casa, que ela abraçou com coragem e determinação. Naquele ano, Maria da Graça foi cedida para trabalhar na UFRGS, na Biblioteca da Escola de Engenharia (BIBENG). Ela fez as malas e trouxe junto para a Capital do Estado Clarissa e José Carlos, que já eram adolescentes. Cerca de seis meses depois, conseguiu a transferência definitiva e obteve o vínculo estatutário, amparado pela Constituição Federal.
Em 1996, um novo desafio se apresentou, e que ela mais uma vez topou encarar: assumir a coordenação da Biblioteca Depositária das Nações Unidas – uma das quatro existentes no Brasil –, na Faculdade de Direito, cujo acervo abrange diversas áreas do conhecimento, como economia, estatística social mundial, meio ambiente, comércio, transferência de tecnologia, transportes, direito internacional, relações internacionais, direitos humanos, demografia e problemas sociais, além de acervo relativo à União Europeia e documentos das Assembleias Gerais da ONU, estatísticas sociais e mundiais etc. No cargo, chegou a viajar para o Chile, onde participou de treinamento da ONU na área.
Em 2007, o então Diretor da Faculdade de Direito, professor Sérgio José Porto, convidou Maria da Graça para o cargo de secretaria que, mais adiante, passou para gerente administrativo. Ela aceitou ficar por dois anos na função. Ao final, foram sete anos de dedicação. Ela acompanhou toda a transição dos sistemas da UFRGS do analógico para o digital, com o advento da Internet.
“Por onde passei, sempre mantive um bom relacionamento com os alunos, técnicos e professores. Fui homenageada, juntamente com outros técnicos, pela ocasião dos 75 anos da UFRGS”, destaca. Em 2014, com 34 anos de serviço público, ela pediu sua aposentadoria.
“Essa trajetória toda me deixou muita saudade!”, comenta.
Anahi Fros | Comunicação ATENS UFRGS