Na última terça-feira (10/12), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instaurou a Comissão da Memória e da Verdade Enrique Serra Padrós. A convite da Reitoria, diretores da ATENS UFRGS acompanharam a cerimônia, que lotou o Salão de Atos para dar posse aos integrantes do grupo que será responsável por apurar fatos ocorridos entre 1964 e 1988, durante a ditadura militar no Brasil.
O diretor de Políticas de Carreira da Seção Sindical, Felipe Mendonça Scheeren, representou a entidade na ocasião. Ele falou sobre a importância da iniciativa: “A instalação da Comissão da Memória e da Verdade Enrique Serra Padrós é a consolidação de um projeto que começou há alguns anos, e que já vinha buscando relembrar o passado para evitar de cairmos nos mesmos erros no futuro. O espaço está trazendo à tona a história de muitas pessoas que foram sumariamente expulsas da Universidade por pensar de maneira diferente do que a classe que estava no poder. Eram pessoas que tinham foco no bem-estar social, em uma melhor vida para toda a população, e não para uma minoria elitista que queria mandar no país e fazer valer a sua ideologia. Vejo que, podendo conhecer um pouco mais esses expurgos de professores e, agora, com a Comissão, dos técnicos-administrativos e alunos expulsos, saberemos um pouco mais da história da UFRGS e daqueles que aqui estavam em busca de um melhor Brasil. Que nos sirvam de exemplo para que mantenhamos a garra e a raça de seguir em frente e continuar lutando pelo melhor para todos”.
Vice-pró-reitora de Graduação da UFRGS e diretora de Política Sindical da ATENS UFRGS, Irma Antonieta Gramkow Bueno, que também estava prestigiando a solenidade, destacou: “A Comissão da Memória e da Verdade Enrique Serra Padrós permite que a UFRGS conheça melhor sua atuação enquanto instituição durante o período da ditadura militar, repare os erros institucionais e, além disso, possa pensar e se organizar para a luta constante pela democracia tanto na universidade quanto no país”.
A iniciativa tem por objetivos reunir, organizar e disponibilizar registros relativos às violações dos direitos humanos ocorridos na Universidade a partir de 1964, quando se iniciou a ditadura militar, até 1988, três anos após o fim do regime autoritário. O evento ocorreu no Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Ao final de dois anos, será produzido um relatório final com a sistematização de todos os materiais e atividades da Comissão, além de um site especifico.
