A vitória judicial do ATENS Sindicato Nacional que permitiu a volta do trabalho remoto aos técnicos de nível superior com 60 anos ou mais ou alguma comorbidade já dá mostras do acerto da entidade na busca pelo direito a quem apresenta fator, condição ou situação de risco para agravamento de Covid-19.
O engenheiro mecânico Elmo Bressani, 64 anos, é um dos beneficiados com a medida. Ele elogia o feito e aponta uma importante questão a ser considerada na manutenção do home office, para além dos riscos da pandemia: a atenção à saúde mental dos servidores.
“Estamos, meu caso, muito próximos de encerrar nossa prestação de serviços à Universidade, após anos de dedicação, o que venho chamando de estágio da aposentadoria. Poder continuar exercendo as atividades de casa é uma espécie de preparo para a nova fase que se avizinha, evitando o adoecimento pela brusca quebra de laços com o ambiente no qual vivemos tantos anos”, indica.
Ele tem conseguido cumprir as obrigações de casa com tranquilidade, segundo ele, por vezes até melhor pelo fato de não precisar se deslocar até a UFRGS. Mas faz questão de manter idas periódicas ao Serviços de Infraestrutura da Escola de Engenharia (SINFRAEE), onde atua, para, por exemplo, participar de reuniões.
A SABER
Um levantamento do Institute of Economic Affairs, do Reino Unido, demonstrou que a aposentadoria eleva em 40% o risco de o trabalhador desenvolver depressão e em até 60% o de ficar fisicamente doente. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), problemas dessa ordem atingem cerca de 13% de quem tem entre 60 e 64 anos no Brasil.
Anahi Fros | Comunicação ATENS UFRGS