Você já parou para pensar que a previsão climática é um fator essencial para a organização da sociedade? Denilson Ribeiro Viana não só tem consciência disso como dedica seus esforços e conhecimento para colaborar com o desenvolvimento da sociedade brasileira nesse setor. Ele vem ajudando a compreender e prever os mecanismos que exercem influência sobre a variabilidade da precipitação e da temperatura por meio tanto da orientação de alunos da UFRGS quanto no desenvolvimento de pesquisas relacionadas ao clima.
“Desta forma, pretendo deixar minha contribuição para a universidade, retribuindo todo o empenho e dedicação dos professores e dos técnicos que me auxiliaram e continuam auxiliando na minha caminhada até aqui”, comenta o profissional que, ao longo dos últimos 25 anos, tem construído praticamente toda sua carreira acadêmica e profissional dentro da Universidade.
Doutor em Meteorologia pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE), mestre em Sensoriamento Remoto pelo INPE, geógrafo e técnico em Informática pela ETCOM-UFRGS, ele conta que foi aprovado como professor substituto no Departamento de Geografia em agosto de 2012, onde ministrou disciplinas de Climatologia para os alunos de graduação. Em março de 2013, foi chamado para o cargo de Técnico-Administrativo em Educação no Instituto de Geociências, onde atua até hoje.
Desde o início de sua atuação como TNS, vem desenvolvendo suas atividades na Divisão de Climatologia Polar e Subtropical, vinculada ao internacionalmente respeitado Centro Polar e Climático (CPC), no Instituto de Geociências (IGEO) no Campus do Vale. Um dos focos de seu trabalho é a orientação teórico-metodológica de alunos de graduação, mestrado e doutorado, bolsistas e estagiários do CPC no que diz respeito às pesquisas junto ao Centro, dentro da sua especialidade, nas áreas de Climatologia, Estatística e Metodologia de Pesquisa.
Também trabalha na criação, organização, análise e manutenção de bancos de dados climáticos do CPC e na elaboração de mapas, gráficos e cartas com utilização de geotecnologias. Atualmente, coordena a implementação do Boletim Climático Mensal, com dados de temperatura e precipitação para o Sul do Brasil, bem como o desenvolvimento operacional do Modelo Regional de Previsão Climática para o Sul do Brasil (MoReClima-SUL), baseado em sua tese de doutorado no INPE.
“Em resumo, o MoReClima-SUL busca identificar padrões atmosféricos, oceânicos e de superfície, responsáveis pelas anomalias de chuva e temperatura, para a previsão de um determinado mês ou estação do ano”, explica Denilson.
Sobre a previsão climática, comenta: “Inúmeras atividades e setores se beneficiam de tais prognósticos: agropecuária, indústrias, geração de energia, defesa civil, saúde pública, turismo, vestuário, construção civil etc. Episódios recentes de estiagens prolongadas causam anualmente uma série de prejuízos econômicos e sociais ao país. Já as oscilações de temperatura do ar são determinantes para os diferentes setores da economia, sobretudo às atividades ligadas ao campo”.
O climatologista e geógrafo lembra ainda que, na área da saúde pública, os fatores climáticos também são cruciais para o planejamento do setor. “A infestação do mosquito Aedes aegypti, vetor de doenças como a dengue, a chikungunya e a febre zika ocorre em função da temperatura elevada e da intensificação de chuvas, fatores estes que propiciam a eclosão de ovos do mosquito”, exemplifica.
Mesmo com um currículo invejável, Denilson se vê como um eterno curioso e aprendiz. Tanto que voltou a ser aluno da UFRGS e está prestes a concluir a faculdade de Psicologia. O motivo? “Na graduação, trabalhei com eventos extremos e desastres. Me interessa bastante a área de Psicologia dos Desastres, que, resumidamente, estuda o comportamento humano dentro da vivência de contextos como catástrofes e situações-limite”.
Para ele, é um privilégio fazer parte da história da universidade e poder retribuir, de alguma forma, todo o investimento financeiro e intelectual recebido.
Anahi Fros | Comunicação ATENS UFRGS